
Muito se fala em Mundo BANI. A pergunta é: será que nós mesmos não vivemos no nosso próprio Mundo BANI? A minha provocação é no sentido de percebermos que somos também frágeis, não lineares, ansiosos e incompreensíveis. E o mundo que vivemos nos fez assim!
Sobre a Fragilidade, por exemplo, podemos observar que até pouco tempo atrás muito se dava valor aos profissionais que possuíam um grande poderio intelectual, com cursos, conhecimentos e experiências necessárias para determinadas funções. Hoje, diferente disso, valoriza-se tão fortemente (ou até mais) as soft skills, uma vez que elas nos demonstram seres reais. Aceitar e admitir nossas fragilidades nos dá mais valor, pois nos traz para um lugar de igual para igual.
Por outro lado, a sobrecarga de informações é um dos fatores que hoje nos faz viver ansiosos. Viver com uma agenda constantemente apertada nos tira do presente e nos lança a um futuro que ainda não chegou, nos colocando num grande desgaste emocional.
Perceber que o tempo e o espaço são relativos diz respeito a não linearidade. É mesmo preciso seguir um padrão imposto por uma sociedade muito diferente de hoje? Seguir uma sequência de estudos, por exemplo, anula o conhecimento de um autodidata que se destaca? O atual movimento de mundo nos mostra que as coisas podem ir acontecendo paralelamente, sem seguir uma sequência padrão para todos.
E, por fim, quando conseguimos lidar com o fato de sermos seres complexos, entendemos o fato de sermos incompreensíveis. E aí entra novamente a importância do autoconhecimento, que nos permite identificar melhor os nossos talentos, o nosso propósito e a nossa essência, desvendando mais e mais camadas a respeito de nós mesmos, trazendo para a consciência aquilo que somos e queremos ser.