Num dia, como qualquer outro, Alice, gerente de área, chegou na sala e como de costume cumprimentou todos. Ela estava bastante animada com os resultados da sua área e a equipe que havia formado. Sua sensação é de que as coisas estavam fluindo. Na semana anterior, ela havia recebido bons feedbacks do seu diretor, que inclusive elogiou Jefinho, última contratação da equipe dela. Ele era jovem, determinado, ágil, gentil e estava há 6 meses na companhia.
Alice foi para mais um bom dia de trabalho. Após olhar alguns e-mails e pendências, ela perguntou se ele havia concluído o relatório gerencial que no dia anterior ela havia pedido algumas alterações. Para surpresa dela, ele levantou da cadeira rapidamente, fechou o computador com rispidez e disse em alto e bom tom para ela: eu não aguento mais, é muita pressão, é muita cobrança, eu preciso sempre resolver todas as situações por aqui, parece que não tem mais ninguém que possa resolver”.
Jefinho então saiu da sala rapidamente, com o rosto vermelho e esbarrando em algumas plantas que estavam próximas.
Muito possivelmente, você já presenciou uma situação similar. É da natureza humana falar das suas necessidades. Contudo, assim como Jefinho, na maior parte do tempo – por um padrão que seguimos desde sempre – falamos do que está errado no outro, o que o outro “provoca” em nós. Respondemos com nossas emoções.
Se ficarmos ligados em nossas necessidades e buscarmos conversar sobre o que exatamente precisamos/necessitamos, as chances de que todos tenham suas necessidades atendidas aumenta enormemente.
Como no episódio acima, Jefinho poderia ter optado por falar abertamente da sua necessidade de descanso ou de respeito com sua gestora, antes de explodir e demonstrar sua raiva.
Ficar consciente de suas necessidades é ter escolha em como reagir àquela determinada situação. É tornar-se livre emocionalmente, e não escravo de suas próprias emoções – como se elas o dominassem.